A posição do narrador no romance "A Resistência", de Julián Fuks
Palavras-chave:
Narrador. Autoficção. Autobiografia. Julián Fuks.Resumo
Ao longo dos anos, a literatura soube mostrar diversas formas de analisar, interpretar e mostrar a realidade do escritor e de sua sociedade a partir da época e da cultura em que se encontra. Apresentar fatos de alguém ou de um povo é diferente de acordo com a época e com o autor, no entanto a escrita de si é cada vez mais comum na literatura contemporânea brasileira. A partir daí, identificar os limites entre o autor e o narrador com atenção em relação a como o enredo se desdobra. Por conseguinte, o presente artigo tem como objetivo analisar a posição assumida pelo narrador no romance A Resistência, de Julián Fuks, analisar a subjetividade do texto, compreender por meios dos elementos da narratologia as estratégias de como narrador atua para construção da obra. Propõe-se, desse modo, realizar uma pesquisa analítica e explicativa sobre o enredo, pois trata de um ponto importante sobre a narratividade, fato que contribui para se entenderem os seus possíveis desdobramentos. Para entender e discutir com precisão e alcançar o que se pretende durante o desenvolvimento deste trabalho, foram utilizados como base teórica textos de críticos basilares acerca do assunto: Theodor Adorno que estuda a “Posição do narrador no romance contemporâneo”; Roland Barthes que verifica como o autor se apresenta na obra; Michel Foucault que também estuda a questão do autor; Phellipe Lejeune e Serge Doubrovsky que elucidam, respectivamente, a autobiografia e a autoficção; o próprio Julián Fuks que publicou o ensaio “A era da pós-ficção: notas sobre a insuficiência da fabulação no romance contemporâneo” na obra Ética e pós-verdade; entre outros críticos que estudaram a literatura contemporânea, como Leyla-Perrone Moisés e Karl Erick Schollhammer.