As potencialidades da narrativa do “eu” na formação do leitor: análise do romance Minha guerra alheia, de Marina Colasanti
Palavras-chave:
Metaficção; Marina Colasanti; Literatura contemporânea; Formação do Leitor.Resumo
Este texto tem por objetivo, a partir do aporte teórico da Estética da Recepção e do Efeito (JAUSS, 1994; ISER, 1996, 1999), apresentar uma análise do romance pós-moderno Minha guerra alheia (2010), de Marina Colasanti. Constrói-se a hipótese de que essa obra por tematizar a guerra e a questão identitária em viés crítico, metaficcional e cômico, pode ser uma grande aliada na formação do leitor. Sua narrativa, ao explicitar em seu discurso memorialístico, a percepção da narradora de ausência de sentido em um mundo fragmentado e pautado por deslocamentos involuntários, privações diversas e violência, impede o apagamento histórico e fomenta a revisão de conceitos prévios do jovem leitor. Acredita-se que o romance, pelo hibridismo, pela abordagem de questões filosóficas, históricas e culturais, e temática fraturante, pode cativar leitores de quaisquer idades, situando-se na categoria de literatura de fronteira – crossover (BECKETT, 2009).