DO SERINGAL AO GARIMPO: FIGURAÇÕES FEMININAS EM TERRA CAÍDA, DE JOSÉ POTYGUARA, E MARIA DE TODOS OS RIOS, DE BENEDICTO MONTEIRO

Resumo

Este trabalho objetiva discutir sobre a figuração feminina nos espaços do seringal acreano e do garimpo de Serra Pelada, respectivamente, nos romances Terra caída (1961), de José Potyguara, e Maria de todos os rios (1992), de Benedicto Monteiro. As obras em questão, ambientadas em períodos históricos marcados pelo intenso capitalismo, colocam os dramas das personagens femininas em destaque, que ora transgridem os papéis socialmente impostos a elas, ora os mantêm por não possuírem oportunidades de se desvencilhar do sistema complexo que é o patriarcado. Para cumprir com este objetivo, utilizou-se o suporte teórico, principalmente, de autores que trazem reflexões sobre a personagem feminina na literatura, como Ruth Brandão (2006), Cíntia Schwantes (2006) e Lúcia Zolin (2009), além de pesquisas sobre o seringal da borracha e o garimpo de ouro, encontradas nas obras de Marlí Furtado (2011), Rafael Leandro (2016), João de Jesus Paes Loureiro (2015) e Armin Mathis (1995). Diante disso, concluiu-se que, apesar de as personagens femininas estarem inseridas em um sistema patriarcal, ainda assim elas criam seus próprios mecanismos de resistência.