Dossiê: Linguística e Educação Básica: teorias e práticas educativas
Organização: Shirlei Marly Alves (UESPI), Noadia Iris da Silva (UFRPE), Rafael Dias Minussi (UNIFESP)

Submissão: https://letrasemrevista.uespi.br/index.php/inicio
Prazo: 30/03/2025

Chamada:
Este dossiê tem como objetivo reunir trabalhos que tratem da transposição dos objetos teóricos da área de Linguística para os currículos de ensino de língua portuguesa, materiais didáticos e prática docente, privilegiando a relação entre teorias linguísticas e o ensino de língua portuguesa na educação básica. Interessa-nos acolher textos que problematizem teorias e práticas pedagógicas nos eixos previstos pela Base Nacional Comum Curricular, saber: 1. Análise Linguística/Semiótica, tendo em mente seus muitos níveis - fonológico, morfológico, sintático, semântico e o pragmático; 2. Leitura/Escuta em suas variadas dimensões, ambientes e suportes; 3. Produção Escrita, com ênfase em dispositivos e propostas didáticas que visem ao aprimoramento das habilidades e competências discursivas dos estudantes; 4. Oralidade, concebida como objeto autônomo de ensino/aprendizagem; e, finalmente, 5. Letramento Literário, compreendido como processo contínuo de apropriação da literatura enquanto linguagem. Em síntese, este número da REVISTA LETRAS EM REVISTA se propõe a reunir trabalhos fundamentados nas diferentes vertentes teóricas linguísticas que possuam potencial aplicado voltado à prática pedagógica de língua portuguesa na educação básica.
Principais temáticas sugeridas para publicação:
• Análise e produção de materiais didáticos: do impresso ao digital;
• Abordagem textual-discursiva na perspectiva didático-pedagógica;
• Multiletramentos e Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação(TDIC);
• Leitura, escrita e oralidade no ensino de Língua Portuguesa;
• Metodologias e abordagens no ensino de Língua Portuguesa;
• Estratégias para o desenvolvimento de atividades interativas e comunicativas;
• O lugar do ensino de gramática nas aulas de Língua Portuguesa.

DOSSIÊ - Literatura, História e Gênero em Narrativas Latino-americanas
V 15, n 03- 2025
Prazo de envio: 31 de maio de 2025
Submissão: https://letrasemrevista.uespi.br/index.php/inicio/index
Organização:
Maria Suely de Oliveira Lopes- UESPI
Márcia do Socorro da Silva Pinheiro-UEMA
Marcela Croce-UBA- Buenos Aires

Literatura, História e Gênero em Narrativas Latino-americanas

A relação entre literatura e história sempre foi motivo de investigação para os
estudiosos de literatura. É relevante frisar que o texto literário oferece aos leitores a
oportunidade reconstruir os acontecimentos históricos, uma vez que estes são
produzidos a partir de um olhar de uma interpretação que o escritor tem dos fatos
agenciados em sua escritura. Os fatos são marcas da história ressinificados nas
narrativas, sendo estas mais uma possibilidade de interpretação que podemos construir
com a pretensão de indagar as verdades instituídas como discurso oficial da história. No
século XX, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América
Latina. Diferentes países tiveram experiências ditatoriais marcadas pelo terrorismo de
Estado, quando o próprio Estado promove ações de terrorismo contra a sociedade. Essas
ditaduras foram fortemente influenciadas pelos Estados Unidos, que encontraram nesse
caminho uma forma de manter o continente americano sob a sua influência e evitar que
a experiência cubana se repetisse em outros locais. Um dos primeiros golpes a serem
apoiados pelos norte-americanos foi o que aconteceu no Brasil, em 1964, depois no
Chile, Argentina, Uruguai. Contemplando esse contexto surgem obras literárias Latino-
americanas de escritoras que discutem e que problematizam as questões ditatoriais,
muitas vezes em forma de relatos. Escritoras como Luzilá Gonçalves Ferreira, Cláudia
Lage, Ana Miranda, Ana Maria Machado, Salva Almada, Isabel Allende. Marta Traba ,

Diamela Eltit , entre outras, apropriam-se da palavra, na condição de testemunhas, e o
avanço da atividade feminina possibilita, de acordo com Zinani (2010,p.157), que as
escritoras desenvolvam sua consciência crítica e superem os modelos pautados pela
moral patriarcal para, rompendo os limites do eu, ingressarem no domínio do nós,
ampliando gêneros e temáticas, além de discutir temas, como ditadura, exílio, repressão,
silenciamento, exclusão, violência dos corpos, entre outras temáticas. Essas escritoras
apontaram injustiças que estavam acontecendo em seus países, incorporando os
marginalizados, aos perseguidos e às famílias que sofreram a perda e o desaparecimento
de parentes (Traba ,2010, p.3). Acreditamos que a metaficção historiográfica
(Hutcheon, 1991) nos auxiliará a perspectivar o avesso da história, pois rejeita, portanto,
uma reconstrução mimética dos acontecimentos e propõe um texto em que a relação
produtor/ receptor será fundamental. É nessa medida que a História passa a ser um
texto: um “construto” discursivo ao qual a ficção recorre tão facilmente quanto a outras
obras literárias. Diante o exposto, o Programa de Pós-Graduação em Letras, da
Universidade Estadual do Piauí, abre a chamada para contribuições que reflitam sobre
os processos que fazem referência aos momentos constitutivos da literatura, História e
Gênero das narrativas latino-americanas escritas por mulheres. Posto isso, nos interessa
artigos que discutam temas no contexto da ditadura militar, questões de gênero no que
se refere opressão feminina, por meio da estratégia da representação recorrente de
imagens de homens e de mulheres imersos na reduplicação dos papéis tradicionais. E,
ainda, que reflitam sobre a historiografia literária por meio da metaficção
historiográfica.

SEÇÃO LIVRE: Funciona em fluxo contínuo, estando aberta para submissão de
trabalhos inéditos na área dos estudos linguísticos e literários resultantes de pesquisa
científica, originais, ensaios de caráter teórico fundamentados em revisão de literatura,
e resenhas de livros.